Esses dias, olhando uma paisagem que me trazia ternura ao coração, comecei a pensar de como será triste para minha filha não ter a oportunidade de ver as belezas da natureza que eu vi e deliciei na minha infância.
Isso porque os passos que nós, como humanidade, temos dado na direção do progresso e conforto, são tão largos quanto a destruição que galopa tal avanço. O mundo como eu conheci mudou. E quando penso a respeito, me assusto porque tenho 30 anos, e em tão pouco tempo fomos capazes de destruir todas as chances do Planeta.
Continuamos ainda acreditando que somos parte "externa" à criação. Continuamos acreditando que nossas políticas ambientais nos salvarão da catástrofe, sendo que, tais políticas, nada mais são do que a democracia da morte, do tipo "escolha como você gostaria de morrer". Mas continuamos acreditando... alguns nem mais, pois tamanha é a absorvção do ritmo de vida imposto pelo sistema, que nem refletir sobre estas coisas cabe mais.
Me assombro quando vejo que em tão pouco tempo o pecado do homem contra a natureza e contra ele próprio, potencializou-se a ponto de abreviar nossos dias.
Hoje o planeta é o nosso espelho. A natureza reflete nossa imagem. Acontece que nesse espelho, maquiagens não são possíveis porque o impacto da nossa mazela choca-se diretamente na nossa cara.
Minha filha verá o que em parte eu vi, que também é parte daquilo que meus ancestrais viram. Creio que ela desfrutará momentos como os que tal paisagem proporcionou em meu ser, mas isso são fragmentos.
Por isso o caminhar aqui será desesperança, se nossos olhos não contemplarem nossa morada eterna onde nossa natureza há de caminhar harmoniosamente com o fluxo do ambiente.
Assim faço como a própria natureza que espera anciosamente pelo Eterno e pelo restaurar de todas as coisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário