E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música. (F. Nietzsche)





quinta-feira, 26 de maio de 2011

Entre lá e cá


Tudo, que não passa de um simples vazio.
Compreendo que tudo não passa de uma enorme vastidão que não se comunica com meu eu. E como poderia? Olho a volta e enxergo impossibilidades alcançáveis das quais não estão ao alcance de ninguém. Não sei se por preguiça ou anestesia. E quem se importa? Para mim, a solidão e o silêncio têm sido melhores do que muito do que já vivi. São confortantes, e por incrível que pareça, nada tem a ver com presença de gente ao redor. É simplesmente um estado de desconexão, um mergulho no nada, e de lá, do invisível, tudo vêm à vida.
A única questão a saber é se, de fato, vale a pena voltar. Poucas coisas valem a pena fora da ilha, e mesmo assim com o tempo elas se vão, e o que fica são apenas memórias.
Meu ensaio é sobre um momento, que, apesar de já ser, não consigo tocá-lo, por isso coleciono memorias todos os dias daquilo, que, de fato é meu único elo entre o vasto e o singular.

domingo, 22 de maio de 2011

LHC pode se tornar a primeira máquina do tempo do mundo

LHC pode se tornar a primeira máquina do tempo do mundo

LHC do tempo
O LHC (Large Hadron Collider), além de ser o maior experimento científico do mundo, pode se tornar também a primeira máquina capaz de fazer a matéria viajar de volta no tempo.
Isto se Tom Weiler e Chui Man Ho estiverem corretos.
Os dois físicos da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, acabam de propor a ideia em um artigo ainda não aceito para publicação, enviado para o repositório arXiv.
"Nossa teoria é um tiro de longa distância," admite Weiler. "Mas ela não viola nenhuma lei da física e nem qualquer restrição experimental.

Partículas de Higgs
Um dos maiores objetivos do LHC é encontrar o bóson de Higgs, uma partícula hipotética da qual os físicos lançam mão para explicar porque partículas como os prótons, nêutrons e elétrons possuem massa.
Se o Grande Colisor de Hádrons realmente conseguir produzir essa que é chamada a "partícula de Deus", alguns físicos acreditam que ele irá criar também uma segunda partícula, o singleto de Higgs.
Segundo a proposta de Weiler e Ho, esses singletos teriam a capacidade de saltar para uma quinta dimensão, onde eles poderiam se mover para frente e para trás no tempo, retornando depois para nossa dimensão, mas reaparecendo no futuro ou no passado.

Comunicação com o passado e com o futuro
"Uma das coisas mais atrativas dessa abordagem da viagem no tempo é que ela evita todos os grandes paradoxos," diz Weiler.
Na verdade, a abordagem evita os passageiros mais problemáticos na viagem. Como somente partículas com características tão especiais poderiam viajar no tempo, ninguém poderia retornar ao passado e matar algum antecessor, eliminando a possibilidade da própria existência.
"Entretanto, se os cientistas puderem controlar a produção dos singletos de Higgs, eles poderão enviar mensagens para o passado ou para o futuro," propõe Weiler.
LHC pode se tornar a primeira máquina do tempo do mundo
Ilustração da teoria dos singletos viajantes no tempo. Quando dois prótons colidem no LHC, a explosão pode criar um tipo especial de partícula, chamado singleto de Higgs, que seria capaz de viajar no tempo pegando atalhos em outras dimensões. [Imagem: Jenni Ohnstad / Vanderbilt]

Testar a teoria, segundo os físicos, será fácil: bastará observar se o LHC produz os singletos de Higgs e se os produtos do seu decaimento começam a surgir espontaneamente.
Neste caso, garantem eles, isso indicará que esses produtos estão sendo gerados por partículas que viajaram de volta no tempo para reaparecer antes da ocorrência das colisões que as originaram.

Teoria-M
A proposta é baseada na Teoria-M, que tem a pretensão de ser uma "teoria de tudo".
A Teoria-M requer a existência de 10 ou 11 dimensões, em vez das quatro que nos são familiares (as três espaciais mais o tempo). Isso levou à sugestão de que nosso Universo pode ser uma membrana - ou "brana" - quadridimensional flutuando em um espaço-tempo multidimensional, chamado de "O Todo" (Bulk).

Segundo essa "visão de mundo", os blocos fundamentais do nosso Universo estão permanentemente presos à sua brana, o que os impede de viajar para outras dimensões.
Mas pode haver exceções - a gravidade, por exemplo, seria uma força tão fraca porque ela se difunde por outras dimensões. Outra possível exceção seria o singleto de Higgs, que responde à gravidade, mas a nenhuma das outras forças básicas.

Neutrinos estéreis
Uma terceira possibilidade seria um ainda mais elusivo neutrino estéril, um parente mais raro dos quase indetectáveis "neutrinos normais".
Um neutrino normal interage tão pouco com a matéria que pode atravessar um cubo de um ano-luz de lado feito de chumbo sem se chocar com nenhum átomo.
Os neutrinos estéreis não se chocariam nunca com nada - eles também reagiriam apenas com a gravidade, o que os torna passageiros viáveis para a máquina do tempo de Weiler e Ho.
Um experimento realizado no ano passado dá suporte à existência dos neutrinos estéreis.

Viajar mais rápido do que a luz
E a ideia vai além: se os neutrinos estéreis pegarem atalhos por outras dimensões, do ponto de vista da nossa dimensão eles poderiam viajar em velocidades mais altas do que a velocidade da luz.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, há certas condições nas quais viajar mais rápido do que a velocidade da luz é equivalente a viajar de volta no tempo - foi aí, segundo os dois físicos, que eles entraram no especulativo campo das viagens no tempo.
Especulações que, por enquanto, estão rendendo bem no mundo da ficção científica. Os recentes Teoria Final, de Mark Alpert, e A Máquina do Tempo Acidental, de Joe Haldeman, amparam-se na ideia dos neutrinos viajantes no tempo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Lúdico, Singular e Direto? Não! Realidade ainda encoberta.



É aqui, neste lugar, que está a junção de tudo o que se vive.
Ali é o limiar do pensamento, dos sonhos, da realidade, pois, tudo é, na verdade, uma única coisa, singular e bela.
Veja! É aqui que a vida é gerada ao mesmo tempo em que extingue-se. É paradoxo.
Só cresce aquele que é hábil de unir tudo numa só linguagem capaz de mostrar as debilidades com o objetivo de cura. Sim, só há cura se houver a visão da ferida e sua dimensão.
Mas voltando ao que dizia, o tempo é hoje e o lugar deveria ser aqui. Acontece que constantemente tenho ido a lugares, e mesmo não lugares, onde as possibilidades são infinitas numa dimensão onde a experiência é extremamente intensa.
Sei que há algo lá que me atrai, e de certa forma lá eu sou o que sou.
Mas deste lado, as coisas ainda me impressionam pela possibilidade de acesso ao impossível.
Sei da existência de uma máquina que determina os sonhos e pensamentos humanos. Curiosamente o combustível que alimenta tal máquina são os bilhões de sonhos sonhados. Cada sonho e pensamento determinado é um "start" para uma ação determinada. Cada ser humano é identificável através daquilo que pensa e sonha.
Isto só não ocorre com aqueles que possuem a Marca, aliás, quem pode contra Ela? Ela provém de Quem É antes do início, e É também o fim de todas as coisas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Memórias de Minhas Putas Tristes

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.

(Gabriel Garcia Marquez - Memórias de Minhas Putas Tristes)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Nós os "Bin Ladens"

Osama Bin Laden está morto. Mas e daí? Eu pergunto. Não entendi o alívio global pela morte de um homem que nada mas foi do que criatura gerada para justificar farsas e guerras.

Então o mundo, principalmente americanos, festejam o fim de todos os problemas. 

O que talvez não ocorra na mente destes foliões de plantão é que, ninguém mais se alegra com a feliz aceitação popular da morte de "Obama Bin Laden" do que "Barack Osama". A eleição está aí.

O que talvez não ocorra na mente dos festeiros é de que Bin Laden foi apenas justificativa para validação de um monte de barbáries. Guerras e atentados realizados com a segurança de que a autoria não recairia sobre os autores. Talvez, nesses últimos anos nenhum homem gerou mais riquezas aos poderosos americanos do que Bin Laden.

O que talvez não tenha passado na cabeça dessa gente é de que ao festejar a morte de uma pessoa, eles dão energia e alimento para a geração de um terrorista que nasce dentro deles, e que deseja a morte de mais "osamas" sem notar que o Bin Laden que tem de morrer primeiro é o que vive dentro de cada um.

Osama realmente morreu. E até que outro bode expiatório surja, nós festejamos a nossa insanidade.

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